3 de maio de 2023

A Minha Aldeia, que é nossa.

A minha Aldeia.
Our Village.

«Texto que estava no meu perfil do Facebook, em Notas, ainda em 6 de Agosto de 2013, mas que essa plataforma simplesmente "limpou sem dar cavado" e que hoje o recupero, simplesmente, porque tive a sorte de o achar nuna correspondencia de email com a minha querida companheira de vida, Rita Roquette".

Apetecia viver numa aldeia assim. Mesmo!
Escolheria aquela que mantivesse as Tradições vivas...
Onde as pessoas se cumprimentassem e se ajudassem mutuamente;
onde a partilha seria muita mas que o silencio seria igualmente respeitado;
onde se pudesse trocar serviços e bens, sem uso necessariamente de dinheiro moeda e apenas fruto da gratidão;
onde a alimentação seria saudável, variada, caseira e sem produtos químicos;
onde a competição fosse aplaudida, desde que "saudável" e "desportiva";
onde o ritmo de trabalho fosse o da tranquilidade, o prazer responsável e a total ausência de "lufa lufa", apesar de produtivo;
onde houvesse troca de saberes e cuidados de todo o tipo;
onde soubesse que havia espaço físico e mental para a conversa e festas, dentro e fora de casa;
onde as pessoas podiam ser todas diferentes, aceites como tal são na realidade, sem capas e máscaras, e dignificadas por isso;
onde fosse valorizado a história honrada do seu povo, a dos seus heróicos antepassados e a dos de hoje;
onde a lealdade e a nobreza de carácter seriam queridas;
onde o seu Património material e imaterial, tal como a Arte, fosse posto em evidência;
onde a Biodiversidade animal e vegetal não só sobrevivesse como fosse cuidada;
onde a vontade de construir não seria só individual mas acima de tudo colectiva;
onde houvesse espaço para a criatividade, o estudo, a meditação e a beleza;
onde a força braçal fosse reconhecida como tão ou mais necessária, do que qualquer outra fruto do trabalho honesto pensante, para benefício de todos, numa gestão igual e de parceria com quem tivesse compromisso mesmo que apenas consigo próprio;
onde se soubesse fazer bom uso das novas e velhas tecnologias, se reciclaveis ou não poluentes e muito menos mortíferas;
onde a Instrução escolar estivesse nas mãos dos pedagogos que se preocupassem em aumentar as faculdades individuais dos alunos, do seu prazer, que não as reprimissem a não ser em caso de faltas de educação e ausencias de moral, que seriam ajustadas na família e pelos seus colegas, delicadamente apoiada se necessário por toda a colectividade;
onde a propriedade privada seria um bem importante e atendida por todos, ajudada quando necessário e útil para todos sem distinção;
onde a Justiça com ética funcionasse, em que o Amor seria a lei acima de todas as outras e a palavra dada fosse um contrato, onde os julgamentos se fizessem localmente antes de seguirem, ou não, para instâncias superiores;
onde um negócio só seria bom quando fosse para ambas as partes;
onde a solariedade, a caridade da compaixão e amizade comungassem do mesmo prato que as aspirações de cada um;
onde houvesse harmonia urbana e limpeza, de acordo com a integração na Natureza envolvente e com uso preferencial de materiais locais e não poluentes; ... .
Que soubesse se defender com garra, valentia e "unhas e dentes" de todos, mas, que tudo isso de bom, essa realidade, não fosse tão egoísta ao ponto de a afastar das restantes "aldeias" e suas gentes.
Pelo contrário, para que servisse de exemplo, que ao ser procurada, fosse aberta sem muros e que tivesse capacidade de expôr seus conhecimentos aos outros com bondade. Assim como, soubesse ouvir todas as opiniões para aprender com elas e até com os eventuais erros que possam existir, no seu seio, para os eliminar ou converter-los.

Utopia a alcançar?
Acredito que sim. Há quem esteja, hoje, a tentar construí-la e a recuperá-la.
Sejamos também nós um dia, em breve.
No entretanto, bem-haja essas pessoas e comunidades não virtuais que por ela lutam.

Lourenço de Almada
(entretanto a viver na Quinta do Paço - www.pacodelanheses.com- na sua querida aldeia de Lanheses)

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